Uma porta aberta para os vinhos brasileiros no Reino Unido

31 de Janeiro de 2019

143 rótulos verde-amarelos são pré-avaliados pelo embaixador do International Wine Chalenge numa degustação de quatro dias na sede da ABE. Objetivo é ampliar presença brasileira no mercado que hoje é o segundo principal destino de exportação

 

O Brasil quer ampliar a presença de seus vinhos e espumantes no Reino Unido, que em 2018 chegou a 82.334 litros. A principal porta de entrada é o International Wine Chalenge (IWC), um dos mais respeitados concursos de degustação às cegas do mundo na atualidade. Buscando uma maior assertividade em relação ao estilo de vinho que se encaixa melhor no perfil deste mercado, 143 amostras de seis estados (BA, MG, PR, RS, SC e SP) estão sendo analisadas pelo curador do concurso Thiago Mendes.

 

As degustações começaram segunda, 28 de janeiro, e encerram hoje, na sede da Associação Brasileira de Enologia (ABE), que está dando todo suporte na logística. A curadoria gratuita não é garantia de medalha, mas tem a finalidade de apontar quais produtos têm maior probabilidade de alcançar bom ou muito bom desempenho no concurso e, consequentemente, maior facilidade de entrada naquele mercado. O feedback de cada amostra degustada será apresentado às vinícolas no dia 4 de fevereiro. A partir destas informações, cada vinícola escolhe se deseja inscrever a amostra no IWC ou não. Cada empresa terá de 5 a 20 de fevereiro para enviar as amostras para o concurso. A ação contou com o apoio do Ibravin.

 

Nos últimos anos, o número de premiações conquistadas pelos vinhos e espumantes brasileiros neste concurso só aumentam, o que tem ajudado a ampliar a presença dos rótulos no Reino Unido, que é o segundo principal importador com um consumo per capita de 23,8 litros/ano. Em 2015, foram 16 medalhas. Este número subiu para 40 no ano passado, um aumento de 150% em três anos. “A evolução dos nossos vinhos e espumantes é cada vez mais reconhecida em todo o mundo. Somente no ano passado arrematamos 302 premiações em 26 concursos realizados em 13 países, 80% mais que em 2017. E o crescimento maior foi entre os vinhos tranquilos, que comprovam nossa evolução”, destaca o presidente da ABE, enólogo Daniel Salvador. A entidade coordena todo trabalho de envio das amostras desde 1995. De lá para cá, já foram conquistados 3.943 prêmios.

 

A participação dos vinhos e espumantes brasileiros em concursos internacionais, e as conquistas alcançadas através de boas pontuações e medalhas são importantes, não apenas para chamar a atenção dos críticos e da imprensa, mas também para alavancar vendas, no mercado externo e, principalmente, no mercado interno. Vinhos bem pontuados ou medalhados atraem os consumidores brasileiros.

 

O IWC

O Realizado em Londres há 33 anos, o International Wine Challenge se propõe a reconhecer a excelência e colocar ao alcance dos consumidores de vinhos rótulos que estão entre os melhores do mundo. Centenas de jurados internacionais avaliam, duas vezes ao ano, os vinhos inscritos. A presidência do concurso é compartilhada entre seis renomados jurados, que são: Sarah Abbott MW, Tim Atkin MW, Oz Clarke, Dr. Jamie Goode, Peter McCombie MW e Charles Metcalfe.

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