Após três dias de atividades em torno da videira e do vinho, o XVII Congresso Latino-Americano de Viticultura e Enologia encerra com resultados positivos, marcados pelo intercâmbio de conhecimentos, atualização profissional e a formação de novas alianças. O evento, que teve grande participação, contou com a presença da presidente da Organização Internacional da Vinha e do Vinho e de outros especialistas internacionais.
Entre os dias 4 e 7 de novembro, em Santiago, cerca de 400 pessoas estiveram reunidas na 17ª edição do Congresso Latino-Americano de Viticultura e Enologia. O evento, que reuniu profissionais e acadêmicos de doze países, foi um espaço de colaboração científico-técnica, fortalecimento de redes de contato e uma oportunidade para apresentar a outros países a oferta vitivinícola do Chile. Também estiveram presentes a presidente da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), assim como autoridades da indústria no Chile.
O encontro nasceu da visão conjunta das associações de enólogos da Argentina, Brasil, Chile e Uruguai de criar um espaço de integração e divulgação da atividade vitivinícola em nossa região. Atualmente, essa ideia se mantém por meio do revezamento dos países como sede, com o objetivo de compartilhar avanços científicos e incluir novas temáticas em um espírito de colaboração.
O presidente do comitê científico do congresso, Dr. Álvaro Peña, relata que este encontro “representa o esforço conjunto de um comitê científico formado por pesquisadores das principais instituições acadêmicas do Chile vinculadas à enologia e à viticultura, junto com distintos colegas indicados pelas associações de enólogos da Argentina, Brasil e Uruguai.” Esse comitê selecionou cerca de 80 trabalhos de pesquisa que foram apresentados ao longo de dezesseis sessões orais, além de 130 pesquisas exibidas nas sessões de pôsteres ao final de cada dia.
Destacados expositores vieram da Austrália, Estados Unidos e França para ministrar palestras magnas sobre temas relacionados aos desafios atuais do setor vitivinícola, tais como: fatores que impactam o rendimento da videira, gestão do oxigênio na vinícola, controle do potencial redox dos vinhos, estabilidade oxidativa e gestão dos efeitos da fumaça no vinho. Da Argentina, também participou o jornalista Joaquín Hidalgo, que integrou uma sessão sobre tendências de mercado para o vinho latino-americano.
O encontro contou com o patrocínio da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), da Sociedade Nacional de Agricultura, de Vinos de Chile, do Ministério da Agricultura, de ProChile e do Serviço Agrícola e Pecuário (SAG). Como demonstração do reconhecimento da OIV ao congresso, o evento contou com a presença de Yvette van der Merwe, atual presidente da organização, que em sua palestra inaugural sobre a situação atual do setor destacou a colaboração e a ciência como chaves para enfrentar os desafios da indústria. Van der Merwe relatou que sua participação foi uma oportunidade para “ver o que está sendo feito na América Latina, como os profissionais enfrentam os desafios que a indústria vitivinícola mundial encara, tanto na produção quanto no consumo, e descobrir as inovações, oportunidades e soluções que buscam de maneira coletiva.”
“No mundo do vinho, nenhuma conquista é individual. A associatividade e a colaboração são nossa maior força e nos permitem crescer como setor e como indústria. Este congresso reflete justamente isso: nossa capacidade de nos unir para compartilhar conhecimentos, experiências e redes que permitam fortalecer nossa indústria”, comentou a presidente da ANIAE, Manuela Astaburuaga.
Entre as diversas atividades realizadas durante o congresso, um fórum latino-americano reuniu enólogos representantes do Chile, Argentina, Uruguai e Peru, que apresentaram sobre o passado, o presente e o futuro da videira e do vinho em seus países. Em seguida, em uma mesa-redonda, discutiram os desafios atuais e propuseram possíveis soluções relacionadas ao mercado e ao consumo.
Como forma de ilustrar a diversidade da oferta vitivinícola do Chile, foram realizadas degustações técnicas em torno de diversos eixos temáticos, tais como Pinot Noir chileno, vinho Asoleado apresentado pelo INIA, vinhedos patrimoniais de Carignan por meio da VIGNO, Pisco por meio da associação Pisco Chile, além da experiência oferecida pela Riedel com diferentes designs de taças.
Além disso, para conhecer mais sobre a qualidade da oferta produtiva, técnica e vitivinícola do Chile, após a cerimônia de encerramento os participantes realizaram visitas técnicas distribuídas entre doze vinícolas localizadas nos vales do Maipo, Casablanca e Aconcágua.
Na cerimônia de encerramento, a coordenadora do congresso, Mariona Gil i Cortiella, agradeceu “às vinícolas e produtores que contribuíram com vinhos para as diversas atividades, algo fundamental para um congresso dedicado à videira e ao vinho, e às entidades que organizaram as degustações técnicas.” Ela também agradeceu às vinícolas que receberam as visitas técnicas, além do apoio dos patrocinadores, apoiadores, estudantes e demais colaboradores que contribuíram para a realização desta edição do congresso. Agradeceu igualmente à Agência Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento, que, por meio de seus recursos, permitiu à organização convidar especialistas internacionais.
Fonte: Associação de Enólogos do Chile
